Qi Gong - Arte da Vida

 
 

O Qi Gong é a arte da vida. Por isto, não podemos pensar que só se deva treiná-lo uma hora por semana. O universo nos dá 24 horas por dia. O ideal é usar todo o tempo disponível enquanto andamos, sentamos, dormimos, tomamos água, comemos, criamos os filhos, trabalhamos, estudamos, convivemos com as pessoas e em todos os outros momentos na vida. Qi Gong é sentir; viver é sentir.

Para treinar Qi Gong é necessário manter sempre em mente sete regras básicas que são conhecidas, porém difíceis de serem executadas. Elas servem, no entanto, para facilitar nossa vida e mostrar a direção a ser tomada.

 

1. Percepção: treinando o Qi Gong, precisamos de um pensamento profundo para alcançar um bem estar espiritual e uma satisfação plena. A maneira tranquila e suave de se conduzir o pensamento e a elegância dos movimentos geram uma satisfação muito especial. Quando, no treino, as coisas se mostrarem difíceis, devemos achá-las fáceis; quando duras, moles; quando grosseiras, suaves; quando impossíveis, possíveis. Devemos usar também as melhores imagens e aprender com as suas formas, como por exemplo as belas paisagens, pinturas, esculturas, relíquias culturais, lugares históricos, que nos darão a condição de conhecer o pensamento artístico. Dessa maneira, o treinamento torna-se mais e mais interessante a cada dia que passa.

2. Expandir-se: na vida das pessoas sempre há algo que as incomoda, trazendo desequilibrio às suas vidas. Para mudar esta condição, o sentimento de ampliar-se, expandir-se é necessário. Pode-se realizar este sentimento, por exemplo quando se imagina uma caminhada no alto de uma montanha, ou admira-se a grandeza do mar tornando-se a mesma. Assim, adquirimos mais confiança, mais coragem para viver, perdendo o medo de enfrentar as dificuldades. O pensamento, dessa maneira, não encontra amarras ou bloqueios emocionais. Ser honesto com os outros, conosco e com o que fazemos é muito importante para o crescimento espiritual. Não devemos mentir nem para os outros, nem para nós mesmos. A honestidade pode eliminar o nosso medo consciente e inconsciente, nos trazendo tranquilidade, paz de espírito e relaxamento.

3. Perdoar: na vida existe sempre algum tipo de frustração, que gera ódio, sentimentos de vingança, raiva, tensão, tristeza, inveja, resumindo, emoções aflitivas que nos enfraquecem. A melhor maneira de eliminar esses sentimentos é perdoar o outro, pois só o perdão pode reequilibrar a vida.
4. Respeito filial: precisamos ter muito respeito para com os nossos antepassados (os vivos e os que já se foram). É preciso meditar para reconhecer erros que cometemos para com eles e procurar transformá-los. Utilizando esse sistema, desenvolvemos a nossa inteligência. Todas as informações da vida nos foram transmitidas, de geração em geração, pelos nossos antepassados. As informações das vidas de nossos antepassados estão presentes em todo o universo em forma de energia que nos ajuda em nossas vidas. Consequentemente respeitando nossos antepassados, purificamos os nossos corações.

5. Inocência infantil: no Gong Fu interno treina-se um sistema chamado Tongzi Gong, que consiste em manter a mesma energia e o mesmo pensamento da infância (anterior à primeira dentição). Quando treinamos Qi Gong, precisamos nos lembrar das coisas engraçadas e felizes da nossa infância. Pensando e agindo dessa maneira, a inocência infantil realmente ressurgirá em nosso ser.

6. Mar de energia: precisamos pensar que o lugar onde vivemos é um mar de energia. Essa energia está em nós e nós vivemos nela. Quando treinamos, precisamos esquecer de nós mesmos, de quem somos, não pensar se somos bonitos ou feios, bons ou maus. Devemos esquecer de nossa própria existência. Sentimos o espaço e o tempo de maneira distinta como se estivessemos dentro de outro universo. Isto é chamado pelo Taoismo de Huanghu. Estando no estado de Huanghu podemos nos conectar à energia de outra pessoa e obter, assim, informações sobre ela. Todas as informações estão contidas no universo em forma de energia. Deste modo, podemos sentir o que a outra pessoa está fazendo, o que fez, se ela está bem ou mal. Porém, não existe 100% de acerto e muitas vezes não é possível esta conexão.

7. Três espaços e tempos: como podemos compreender o passado, o presente e o futuro? Nós tendemos a recordar situações passadas e a projetar situações futuras. O segredo, de acordo com o Budismo, é manter-se atento ao presente, estar no aqui e agora. Viver do passado cria apego, assim como projetar o futuro também. Esses apegos nos prendem a imagens passadas ou futuras, nos impedindo de estar vivendo o tempo presente. Eles podem ser dissolvidos quando nos concentramos no aspecto presente

 
 
Contato: Mestre Cai Wen Yu - (11) 97512-1842